8.1.09

Quem quer saber se a verdade é verdadeira?

Outro dia escrevi sobre o fundo Madoff para ilustrar a importância da epistemologia para a gestão estratégica. Em tese, os executivos, como a maioria de nós, deveriam estar muito preocupados em tomar decisões baseadas em crenças verdadeiras:

"Por atribuir valor ao reconhecimento de meios eficazes para a realização dos objetivos, a maioria das pessoas se preocupa em apreender a distinção entre o reconhecimento verdadeiro desses meios e o reconhecimento meramente aparente. Em decorrência disso, devemos atribuir valor à epistemologia pelo menos na medida em que ela lança luz sobre a distinção entre o conhecimento verdadeiro (ou o reconhecimento) e o conhecimento aparente" (p. 44).

Moser, Mulder e Trout, em
A Teoria do Conhecimento.

Na prática, entretanto, a tese é bastante problemática: será que as pessoas realmente se preocupam em apreender a diferença entre conhecimento verdadeiro e conhecimento aparente? Ou elas preferem descobrir o conhecimento-que-funciona pelo método da tentativa e erro?

Richard Rorty, após considerar sem proveito as nossas tentativas de definir a verdade objetiva das coisas, sugere, nietzscheanamente, que toda crença útil é verdadeira.

Apesar de não responder como podemos saber se uma crença é REALMENTE útil, a proposta pragmatista me parece empiricamente válida. Percebo que, no dia a dia, raras são as vezes em que as pessoas avaliam exaustivamente se conhecem ou não a verdade objetiva das coisas.

Como sugeri aqui, geralmente tomamos como certas aquelas crenças que parecem funcionar - até que não mais funcionem. É o que propõe também Henry Mintzberg em a sua teoria sobre aprendizado estratégico.

* * *

Nem utilidade nem objetividade. I. F. Stone sugere que a justificação necessária para as nossas crenças mais elementares é o sentimento de beleza que elas nos proporcionam.

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