29.4.12

A semiótica da manipulação e o branding

Na semiótica gerativa, a manipulação é o processo por meio do qual o destinador compromete o sujeito a entrar em conjunção com um determinado objeto de valor.

Tais categorias são usadas no estudo de narrativas. Elas referem-se a determinados papéis sintáxicos (os actantes) e não aos atores da história analisada.

O protagonista de uma aventura, por exemplo, pode ser ao mesmo tempo tanto destinador quanto sujeito, caso em que o herói obtém de si mesmo o compromisso de conquistar algo que é precioso para si mesmo ou para outra pessoa.

O trabalho do destinador imita a atuação dos profissionais de branding na medida em que estes dedicam-se a transformar as marcas em objetos de valor para os indivíduos, lançando-os na aventura do consumo.

Há muitas maneiras de destinar alguém segundo a narratologia. Greimas e Courtés (2008) destacam os quatro principais tipos de manipulação, todos eles facilmente identificáveis nas histórias que as marcas contam.
  • Na tentação, o destinador propõe ao sujeito uma recompensa (objeto de valor positivo) com a finalidade de levá-lo à conjunção com a marca ("Become someone else. Pick your hero..."). 
  • Quando o destinador compromete o sujeito a fazer algo por meio de ameaças, ocorre uma intimidação ("Si te seduce... Pierdes"). 
  • A sedução acontece quando o destinador revela um juízo positivo sobre a competência do destinado ("Yes, we can").

Leia também: estratégias semióticas do branding.


Referência:

GREIMAS, Algirdas J.; COURTÉS, Joseph. Dicionário de Semiótica. São Paulo: Contexto, 2008.

Nenhum comentário:

Postar um comentário