Dona de uma popularidade recorde, Dilma dá lição de branding cultural. Se não, vejamos.
- Ao invés de tentar mudar a percepção do público a seu respeito, a presidente associa a sua fama de "brava" à luta contra os "abusos" de ministros corruptos ou incompetente, de bancos e de cartões de crédito. Faz muito bem em não posar de mansa, pois mudar a mente das pessoas é quase impossível e demorado demais.
- Por outro lado, ela é também mãe e avó amorosa, o que ajuda a fortalecer o mito proposto pelo título "a mãe do PAC".
- Notem como Dilma beneficia-se do estereótipo da "mãe" em nossa sociedade - um papel culturalmente constituído -, o que torna as suas broncas aceitáveis e até mesmo louváveis (são broncas de mãe que ama e protege).
- Sua história de mulher-perseguida-pela-ditadura lhe "dá moral" para falar sobre temas que ajudam a fortalecer a imagem de "Grande Mãe" (direitos humanos por exemplo).
- A presidente baseia-se na autoridade cultural que todos esses elementos lhe conferem para se apresentar como "a cara do Brasil que desejamos", um país capaz de superar as contradições nacionais que tanto nos angustiam.
- Refiro-me a alguns descompassos que afligem a nossa sociedade hoje, especialmente à percepção de que somos um país de gente boa, alegre e competente - que progride -, mas que continua sendo aviltada pela corrupção endêmica, pela violência, pelo preconceito contra as minorias e pela inoperância dos serviços públicos.
Leia também: Modelos de branding.
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