22.11.11

Design Thinking: notas para um debate

Sábado, 26/11, na Unifacs, tem Debate sobre Design Thinking. Pediram-me para anotar ideias sobre o assunto. Eu escrevi algumas provocações.
  • Em sua essência, o Design Thinking pode ser útil até para produzir um post melhor para uma fan page e não apenas para grandes projetos ou desafios de gestão.
  • Há uma escola de pensamento estratégico conhecida como Escola do Design cuja palavra de ordem é: "adequação".
  • "Adequação" é o contrário de seguir regras ou fórmulas - ou segui-las quando forem... mais adequadas. 
  • Em marketing, quem segue fórmulas prontas sem questioná-las sofre de miopia de marketing (é gente que pensa, por exemplo, em projetar uma furadeira melhor quando o problema é conceber a forma mais adequada de se fazer um furo em determinadas condições específicas). 
  • A propósito, o movimento de Qualidade Total gostava muito de falar em "paralisia de paradigma", uma doença que impede as pessoas de serem mais criativas e inovadoras (há um vídeo famoso de Joel Barker sobre a "Questão dos Paradigmas", muito visto nas empresas e faculdades brasileiras no início dos anos 1990). 
  • Muito antes disso, a filosofia oriental já discutia um tema muito debatido (e até já "batido") em semiótica, antropologia cultural e estatística: como a mente humana simplifica a realidade vivida por meio de sistemas de classificação baseados em dicotomias, fenômeno que conspira contra a ideia de "adequação" na medida em que tais sistemas são usados pela nossa mente como filtros no processo de percepção seletiva (costumamos enxergar e interpretar os problemas nos termos das soluções que já conhecemos, ou seja, procuramos problemas adequados às soluções que já dominamos ao invés de procurar soluções adequadas às dimensões específicas de cada problema - os problemas possuem sempre um grau de ineditismo que escapa ao nosso receituário habitual). 
  • Para escapar ao bloqueio criativo imposto por tais sistemas de classificação, o método do Pensamento Lateral propõe um truque básico: embaralhar dicotomias bem estabelecidas para conseguir visualizar soluções inusitadas (ou aplicar tais dicotomias fora do seu contexto costumeiro). Pode inverter, por exemplo, o clichê "Papai Noel é um bom velhinho que dá presente às crianças" e propor "Um bom Menino Noel que dá presentes para os velhinhos". Eis uma fórmula fácil... Opa, é uma fórmula! Muito cuidado nessa hora.
PS: no campo da gestão estratégica, a Escola do Design tem como precursores Philip Selznick e Kenneth Andrews, que lançaram as obras seminais desse movimento em 1957 e 1965 respectivamente.


Leia também: Mitos sobre a criatividade.

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