Também simplificamos a realidade por meio da narração, estabelecendo relações de causa e efeito entre as coisas, ou melhor, entre os nossos conceitos das coisas (relações essas muito mais predominantes na nossa mente do que no mundo real, como argumenta Nicholas Nassim Taleb).
Quando os nossos mapas mentais falham
Usamos mapas mentais para navegar pela realidade. Porém, como ocorre a qualquer mapa, os detalhes lhes escapam.Além disso, os nossos mapas mentais sofrem um grave problema de atualização (as coisas são muito mais impermanentes do que eles supõem).
O problema ocorre quando confundimos esses mapas com a realidade. Isso nos leva a graves erros de interpretação e de previsão (a aleatoriedade que percebemos no mundo talvez seja, na verdade, gerada pela nossa mente classificatória).
Vamos a um exemplo. Aqueles terroristas que atacaram as torres gêmeas no dia 11 de setembro de 2001 estavam nos EUA há muitos meses e em nenhum momento foram tidos como suspeitos pela inteligência norte-americana. Aparentemente, até então o mapa mental da CIA não relacionava a categoria "muçulmano altamente instruído e rico" à categoria "terrorista suicida" (apenas os "muçulmanos pouco instruídos e pobres" poderiam estar nesta categoria).