O home office está se tornando uma arena socio-ideológica barulhenta.
Por um lado, a cultura corporativa celebra o novo esquema não apenas como uma saída de emergência, mas como o novo normal, e com ganhos: os primeiros números indicam aumento considerável de produtividade.
Outras vozes sociais, no entanto, veem problemas e se inquietam.
Mulheres têm dificuldades, mais especificamente aquelas que têm filhos e assumem maiores obrigações domésticas neste momento.
Por exemplo, editores de revistas científicas detectaram que elas estão submetendo menos artigos desde o início da pandemia.
A migração para o home office tem seu lado negro.
Muitos profissionais relatam que agora o trabalho não para, com calls e videoconferências o tempo todo, desde que acordam até muito tarde da noite, quando vão dormir mais exaustos do que nunca.
Pesquisa do DigiLabour com trabalhadores de São Paulo concluiu que os setores de comunicação e de educação são o mais afetados, assim como os mais jovens, que, muitas vezes, acumulam tarefas da faculdade também.
De qualquer modo, a luta de todos agora é pela manutenção do emprego e da renda, seja a que custo for.
No Google, as pessoas procuram cada vez mais recursos para se adaptar ao novo esquema, com pesquisas crescentes sobre cadeiras e outros equipamentos para o escritório doméstico.
Busca-se muito também por dicas e orientações para a organização do teletrabalho.
Ofertas de trabalho à distância é outro assunto em alta. As pessoas vão à luta na busca por emprego.
Enquanto isso, as pesquisas relacionadas a direitos e leis trabalhistas estão em baixa.A crise parece obrigar a gente a aceitar qualquer condição, contanto que haja chance de sobreviver e, com um pouco de sorte, manter o padrão de vida.
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