30.4.20

O Influente e o Popular


Embora não seja tão popular quanto o Instagram ou o Facebook, o TikTok tem se tornado culturalmente influente em nosso país.

Será que ele se tornará mainstream por aqui algum dia, com uma audiência tão grande como a das maiores redes?

Ou ocupará uma posição similar a do Twitter, uma rede de nicho, mas influente, um verdadeiro laboratório de novas narrativas e linguagens que depois se espalham por outras redes?

Por enquanto, é isto o que temos visto, com tiktokers compartilhando seu conteúdo no Instagram, no Facebook e no próprio Twitter.

A título de curiosidade, lembremo-nos de algumas redes cuja audiência nunca explodiu no Brasil, mas que lançaram formatos novos e estéticas peculiares.

O Snapchat criou o que hoje conhecemos por stories, que fazem muito sucesso no Instagram.

O Tumblr em certo momento era muito citado por usuárias de outras redes, as quais nunca tiveram um perfil por lá, mas escreviam no Facebook e no Instagram: "toda tumblr".

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28.4.20

O Local e a Nação


No interior, a política local é naturalmente um lugar do encontro.

Não há como evitar os vizinhos desse condomínio que é a pequena cidade, ou vê-los apenas de longe, passeando no feed de uma rede social qualquer.

É preciso organizar o espaço comum, dividir a calçada, a cortesia nas festas da comunidade e até o ar que se respira nos poucos consultórios do lugar.

Obviamente, há sempre paranoicos percorrendo os quarteirões. Mas eles tendem a ser marginalizados e esquecidos pela maioria - ou se tornam figuras folclóricas bastante conhecidas, desde que não se levem a sério.

As pessoas, quando compartilham o mesmo espaço, tornam-se politicamente pragmáticas e consideravelmente mais gentis umas com as outras, perdendo quase toda a sua agressividade ideológica, assim como a sua eventual ideologia de agressividade.

Não é como no Twitter ou no Facebook, onde você pode xingar os adversários dos outros partidos à vontade sem ter medo de encontrá-los quando, logo ao sair de casa, botar um pé na rua.

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27.4.20

O automóvel é a mensagem


A cultura se move, os símbolos se deslocam e adquirem novas nuances no Brasil pós-pandemia.

Eventos em drive-ins, exames em drive-thrus, carreatas, e não mais passeatas: o automóvel, agora uma célula de sobrevivência, avança um pouco mais para o centro da nossa civilização; resiste como estandarte, e não só como instrumento, na batalha da cultura contra a natureza - e como símbolo do privilégio de classe.

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