20.1.09

O anything goes de Paul Feyerabend e o valor dos mapas mentais

Como de costume, o Roger Oleniski postou outro texto esclarecedor. Desta vez sobre Paul Feyerabend e a ciência como forma de vida. Este trecho, sobre o sentido do anything goes do filósofo austríaco, resume bem a idéia:
"Qualquer teoria, por mais absurda e sem apoio empírico que seja, pode se tornar relevante, pois pode, quem sabe, romper com hábitos metodológicos e mentais e com o engessamento de certas regras de um jogo determinado."
A tese me fez pensar nas teorias como mapas mentais e em como, para Karl Weick, tais mapas são sempre úteis, até mesmo quando estão errados, porque sem eles não haveria aprendizado:
"Com o mapa na mão, não importa o quanto ele seja grosseiro, as pessoas codificam aquilo que vêem para que corresponda o máximo possível ao que está no mapa. Este prefixa as percepções dela, que vêem aquilo que esperam ver. Porém, à medida que se acumulam as discrepâncias, elas prestam mais atenção ao que está em sua experiência imediata, procuram padrões e prestam menos atenção ao mapa. Este torna-se então mais metafórico mas, ironicamente, somente porque foi o meio pelo qual outros mapas, mais atuais, foram formados" (p. 5).
WEICK, K. E. Cartographic Myhs in Organizations.
Em A. S. Huff, ed., Mapping Strategic Thought.
New York: Wiley, 1990: 1-10.

> Leia também: Os limites do conhecimento e como lidar com eles.

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