"O problema com a pesquisa padrão [...] é que ela tem muita dificuldade de lidar com nossos preconceitos. Mesmo quando seus dados são novos, você irá lê-los de acordo com as velhas premissas [que estão na sua cabeça]. Recorrendo às ciências humanas, entretanto, você poderá superar essa barreira.
Digamos, por exemplo, que você leia um romance de Dostoyevsky. Você não estará apenas processando as palavras de uma página, mas começando a entender o mundo dos personagens em um local específico da Rússia, em um tempo específico e de uma perspectiva específica.
[...] Essa compreensão empática sobre um personagem é muito semelhante ao esforço de entender um consumidor [...]. É a pesquisa antropológica que nos ajuda a entender o consumidor em seu próprio mundo.
É bem diferente da abordagem de pesquisa tradicional, baseada em levantamentos de opinião, que muitas organizações ainda usam. O problema é que nelas as pessoas revelam apenas as suas preferências. Quantos maus motoristas confessarão a um estranho que são maus motoristas? Do mesmo modo, perguntar aos consumidores de vodka porque gostam de sua marca favorita não revela necessariamente as suas reais motivações.
Por isso é tão importante abordá-los de acordo com a etnografia, entrevistando-os mais de uma vez, observando-os em seu próprio ambiente, procurando por padrões de comportamento. A pesquisa profunda, de mais longo prazo, [contextual], revela o mundo em que as pessoas vivem e as suas reais motivações, gerando grandes insights"
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Leia também: Para que serve a etnografia no marketing.
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