Pois bem, acabei de ler um livro fantástico sobre usabilidade de web sites. Chama-se Não me Faça Pensar, de Steve Krug. Em seu segundo capítulo, entitulado Como realmente usamos a web, são apresentados três fatos sobre o comportamento dos usuários da rede.
- Nós não lemos páginas. Damos uma olhada nelas.
- Não fazemos escolhas ideais. Fazemos o que é suficiente.
- Não descobrimos como as coisas funcionam. Nós apenas atingimos nosso objetivo.
A equipe de observadores de Klein começou seu primeiro estudo (sobre comandantes de bombeiros em situações de incêndio) com o modelo amplamente aceito de tomada racional de decisões: ao se deparar com um problema, uma pessoa coleta informações, identifica as possíveis soluções e escolhe a melhor. Eles iniciaram com a hipótese de que, devido à importância e à extrema pressão de tempo, os comandantes de bombeiros poderiam comparar apenas duas opções, uma suposição que eles achavam que fosse conservadora.Irracional? De modo algum. Há muitas vantagens em agir assim, sem dar muita bola para um planejamento analítico e formal. Eis algumas delas:
Acabou que os comandantes de bombeiros não comparavam quaisquer opções. Eles pegavam o primeiro plano razoável que vinha à mente e executavam um teste mental para descobrir algum problema nele. Caso não encontrassem algum, já tinham seu plano de ação.
- Como Klein destaca, "otimizar é difícil e demora muito. fazer o suficiente é mais eficiente."
- Geralmente não há uma punição grande para suposições erradas.
- Num mundo confuso e imprevisível, ponderar as opções pode não melhorar as chances.
- "We won't know the outcome until we explore".
- Adivinhar é mais divertido, já que aumenta as nossas chances de encontrar algo surpreendente e bom.
Se você quiser ir mais fundo na questão, recomendo a leitura do Safári de Estratégia, livro em que a escola de planejamento formal é analisada (e criticada) à luz das teorias atuais sobre como realmente funciona a mente humana e o aprendizado organizacional.
há tempos não passo por aqui, mas tem sempre novidade.esse livro que vc está lendo parece interessantíssimo...
ResponderExcluirolá, adriana, que bom você passar por aqui. o livro é muito bom. recomendo para quem tem interesse em arquitetura de informação e web design. abraços!
ResponderExcluirGosto muito de planejamento. É a melhor ferramenta para trabalho, porém requer TEMPO. Muito tempo. Uma atividade bem planejada irá, sem dúvidas, resultar num produto melhor. Mas também acho importante o improviso. É necessário saber agir de forma rápida, quando o tempo é curto, e necessário se planejar, quando o tempo for longo. Penso isso.
ResponderExcluirParabéns pelo post, Héber, você escreve bem! Vou favoritar seu blog agora. =)
Só um toque: na segunda frase acho que a palavra "planejamentos" foi colocada errada.
abraços!
Também penso mais ou menos assim, Tiago, sobretudo acredito na importância de explorar possibilidades, testando-as de "cabeça aberta".
ResponderExcluirObrigado pelo feedback!
Abração
O problema é sempre o mesmo de todos os males da humanindade: falta de bom senso. Tem gente que não planeja nada. E quem planeja geralmente tende a exagerar e não ser flexível nem abrir espaço para a intuição e a improvisação.
ResponderExcluirPerfeito, Emídia. A melhor estratégia é aquela que combina estratégias emergentes, que surgem da exploração, da intuição e do feedback constante, e estratégias deliberadas.
ResponderExcluir